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Emoções

Convivemos com as nossas emoções o tempo todo. Elas fazem parte de quem somos e do nosso dia a dia, mas é importante ter clareza de que sentimentos e emoções são coisas diferentes, é comum que as pessoas considerarem sinônimos, mas na realidade não são.


A emoção é um conjunto de respostas químicas e neurais que surgem quando o cérebro sofre um estímulo ambiental. As emoções geralmente são espontâneas e se manifestam através de reações físicas como choro, sorriso, tremores e até quando se fica de rosto vermelho. Cada pessoa tem uma emoção diferente e ela costuma ser mais passageira.


As emoções humanas podem ser consideradas positivas ou negativas e são naturais ou aprendidas através do convívio com outras pessoas. Quando essas emoções geram transtornos ou prejudicam as relações pessoais e de trabalho, existem maneiras de aprender a lidar melhor com elas, como a psicoterapia, por exemplo.


Os três tipos de emoção são: as primárias, as secundárias e as de fundo.

Primárias: são aquelas facilmente percetíveis pelas pessoas, como o medo e a alegria.


Secundárias: não são tão fáceis de notar, como por exemplo, o nervosismo, a culpa ou a vergonha.


De fundo: são as não percetíveis, como a calma ou fadiga. Elas são difíceis de serem percebidas porque estão mais relacionadas ao mundo interno do indivíduo do que ao externo.



Principais emoções


As principais emoções básicas são:

Alegria - é uma emoção que se caracteriza pelos sentimentos de felicidade, contentamento, satisfação, sensação de bem-estar e gratidão. Uma pessoa alegre pode ser resultado de alguma situação como ganhar um presente, comprar uma casa, encontrar com amigos, receber uma promoção no trabalho ou estar com a família, por exemplo.

Como identificar: a alegria pode ser identificada através de expressões faciais, como o sorriso, ou corporais, como uma postura mais relaxada ou uma forma mais agradável de falar, por exemplo.


Tristeza- é um tipo de emoção caracterizada pelo sentimento de decepção, falta de esperança ou de interesse, insatisfação, ou desânimo, e que ocorre, principalmente, devido a situações de perda, como a de um familiar ou de um trabalho, ou o diagnóstico de uma doença crônica, por exemplo. Geralmente, a tristeza tende a ser sentida por um período curto e transitório, podendo dar origem a outros tipos de emoções como culpa, vergonha, isolamento ou sensação de vazio.

Como identificar: a tristeza pode ser identificada através de sinais como choro, vontade excessiva de dormir ou perda de entusiasmo para trabalhar e sair de casa, por exemplo.


Medo- é uma reação natural do corpo que surge quando existe alguma situação de ameaça ou perigo, e que desencadeia uma resposta de sobrevivência do organismo para lutar ou fugir da situação, e por isso, se caracteriza pelo aumento dos batimentos cardíacos, respiração rápida ou contração dos músculos.

Como identificar: o medo pode ser percebido através de sinais, como espanto, arregalar os olhos, tremor, suor excessivo, tentativa de correr ou se esconder da ameaça, por exemplo.


Nojo- é uma emoção que pode ser comparada à repulsa ou sentimento de aversão e isto acontece frequentemente com determinados alimentos e cheiros. As pessoas podem ter nojos por objetos diferentes de acordo com a cultura e suas próprias experiências.

Como identificar: o nojo pode ser percebido através de sinais como franzir o nariz, curvar os lábios, afastar-se do objeto ou de pessoas, náuseas ou vômitos, por exemplo.

Raiva- é uma emoção poderosa caracterizada pelo sentimento de agitação, hostilidade, frustração, irritação ou ressentimento, e assim como o medo, pode ter um importante papel de sobrevivência, preparando o corpo para uma situação de luta ou de fuga, e ser causada por diferenças ou desentendimentos entre as pessoas, pelo sentimento de injustiça e frustração. Além disso, a raiva pode também ser construtiva, pois pode motivar a encontrar soluções para problemas ou situações que geram incômodo ou desconforto.

Como identificar: a raiva pode ser observada através de alguns sinais como testa franzida tendência a falar mais alto, encarar a outra pessoa, ter um comportamento agressivo, violento, bater ou chutar objetos, ou até mesmo brigar.


Surpresa- é uma emoção que surge em resposta a uma situação inesperada, podendo ser negativa ou positiva, como ao receber uma notícia boa ou desagradável, ou levar um susto, por exemplo.

Como identificar: a surpresa pode ser identificada com sinais como arregalar os olhos, levantar as sobrancelhas, abrir a boca, gritar ou ficar com a respiração ofegante.


Consequências das emoções

As diferentes emoções são provocadas por situações externas e algumas reações que manifestam as emoções incluem: Dor de barriga; Chorar ou rir; Tremer, principalmente as pernas; Chorar; Perder a voz; e Sentir a respiração ou o coração acelerado.



As emoções e as idades

As emoções são uma fonte essencial da aprendizagem, na medida em que as pessoas (crianças, adolescentes, adultos e idosos) procuram atividades e ocupações que fazem com que elas se sintam bem, e tendem, pelo contrário, a evitar atividades ou situações em que se sintam mal.


Segundo Alzina (2000), crianças pequenas são capazes de expressar emoções e reconhecê-las através de expressões faciais. Com a introdução da linguagem verbal passam a saber nomeá-las. Desta forma, à medida que os anos passam, também a sua perceção acercada emoção se vai alterando.


  • 1º ano de vida, as emoções surgem no nascimento por questões de sobrevivência e são manifestadas pelo choro.


  • 1 ano – 2 anos, a criança apercebe-se dos estados emocionais dos pais e começa desenvolver autoconfiança.


  • 2 anos – 3 anos, começa a desenvolver o amor próprio, as emoções começam a ser sentidas e expressas através de birras, pois a criança sente-se frustrada por não conseguir comunicar as suas emoções.


  • 3 anos – 4 anos, a criança torna-se sensível ao que sente, começando a conseguir verbalizar o que sente fisicamente com cada emoção.


  • 5 anos, é neste altura que as crianças aprendem a partilhar, aceitam regras e respeitam a vez do outro, começando a entender que “o outro também sente”.


  • 6 anos, nesta fase as crianças sentem grande necessidade de valorização/reconhecimento por parte dos outros, podendo ter influência na sua autoestima.


  • 7 anos, é a altura em que a criança entende o ponto de vista do outro e começa a desenvolver a capacidade de resolver problemas e refletir sobre o que pensa.


  • 8 anos, começa a explicar cada vez melhor as suas experiências, pensamentos e emoções, desenvolve empatia e compaixão.


  • 9 anos, nesta altura acontece um aumento da autonomia, são criados laços fortes de amizade, e começa a entender-se se a autoestima da criança é saudável ou não.


  • 10 anos, é a idade onde surge o equilibrio emocional, e a criança já compreende bem o seu próprio comportamento.


Emoções na juventude


O primeiro passo para uma criança ou jovem saber gerir as suas emoções, passa por alcançar o primeiro patamar da inteligência emocional, ou seja, saber reconhecer uma emoção quando a mesma é sentida; entender melhor o que os outros sentem; exprimir irritação de forma mais controlada; conseguir tranquilizar-se sozinho; ter relacionamentos saudáveis e ser flexível na procura de soluções.


É algo que demora muito tempo, que precisa ser fomentado pelos pais, amigos, familiares e adultos que compõem o dia a dia da criança. Mas, existem alguns pontos que podem ser tidos em consideração: dar espaço à criança para expressar abertamente as suas emoções; ajude-a a verbalizar aquilo que sente, de modo a perceber logo à partida o que é cada tipo de emoção e porque é que se manifesta; ouça-o com empatia e fomente desde cedo a importância da escuta; ajude-o a reconhecer as emoções dos outros; Imponha limites e ajude-a a aprender a lidar com o Não; valorize sempre o seu esforço em detrimento das suas capacidades; Se seguir estas dicas desde cedo, irá ser muito mais simples ensinar o seu filho a gerir corretamente as suas emoções.




Atividade Prática

Criamos dois guiões de um mini teatro e atribuímos emoções. O objetivo é as pessoas terem de representar com as emoções escolhidas por nós.


Guião 1


1º take Triste  / Chateada

2º take não quer saber /   Triste


Manuel

Precisamos de falar… sobre o que aconteceu ontem.


Flor

Eu vi o que aconteceu ontem. Foste atrás da tua mulher com o rabo entre as pernas


Manuel

Percebo que estejas chateada, mas falares comigo dessa maneira não vai mudar nada.


Flor

Agora já sei que não há nada para melhorar. A tua reação ontem diz muito sobre ti.


(silêncio incómodo) (Manuel hesita)


Manuel

A Pipa já sabe sobre nós.


Flor

O quê?!


Manuel

Não fui eu. A Fábia contou-lhe por vingança.


Flor

Não é possível… A tua mulher é uma egoísta. Ao menos podia ter pensado na filha! A Pipa nunca me vai perdoar…

Manuel

A Fábia estava muito alterada. A Pipa chegou a meio da discussão e ouviu tudo. Lamento.


Flor

Lamentas? A culpa é toda tua! Para mim chega! Acabou.


Manuel

Por favor Flor, eu sei que não é justo para ti, mas as coisas vão mudar… És tudo o que eu mais…

(Flor interrompe)

Flor

A tua pena não me serve de nada, Manuel. Já disseste o que tinhas a dizer, agora desaparece da minha vida.


Manuel

Não! Espera, ouve-me… É só o que te peço… Flor!!!


(Flor vai-se embora)



Guião 2



(A protagonista Vera encontra-se triste, sozinha, encostada ao bar de uma discoteca.)

(Começa a tocar a música “É melhor não duvidar”, que trazem boas memórias à protagonista)

(Vera sente um toque no ombro)


Luís

É a nossa música, lembras-te?


Vera

Estava a ver que nunca mais vinhas falar comigo, vi que estavas a tentar engatar a Soraia.


Luís

Não sejas parva, sabes que a Soraia é só uma amiga.


Vera

Não foi isso que ouvi dizer, eu sei o que aconteceu na festa da Liana.


Luís

Não aconteceu n…

(Vera interrompe Luís)

Vera

Não me mintas! O Bruno viu tudo.


Luís

Nem sei o que dizer…


Vera

Mais vale não dizeres nada.


(Vera vai para o exterior da discoteca, Luís segue-a)


Luís

Vera, juro que não aconteceu nada, sabes perfeitamente que o Bruno é mentiroso compulsivo.


(Vera hesita)


Vera

Não. Isto não vai voltar a acontecer, acabou.


 
 
 

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