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You




A série You (em Portugal de nome Tu) é um suspense psicológico desenvolvido por Greg Berlanti e Sera Gamble. Baseia-se no romance de 2014 de mesmo nome escrito por Caroline Kepnes. A série gira em torno de Joe Goldberg, gerente de uma livraria em Nova Iorque, que se apaixona na primeira temporada por uma cliente chamada Guinevere Beck e na segunda por Love Quinn, chefe e sócia de uma rede de produtos naturais. No entanto, ambas essas paixões rapidamente se transformam numa obsessão extrema, tóxica e delirante.


Joe Goldberg


Na série, o personagem principal, Joe Goldberg (Penn Badgley), é um perseguidor de mulheres. Quando se apaixona por uma, analisa o comportamento da mesma e molda as suas próprias atitudes para que assim a consiga conquistar e consequentemente controlar a vida da sua paixão a todos os níveis.


Joe Goldberg apresenta comportamentos obsessivos e controladores com as mulheres, seguindo certos padrões:

  • perseguição: em redes sociais, nas ruas, conhecendo-as de fato para agir como se fosse ideal para a vítima;

  • sedução: entrando na vida das mesmas, tornando-se parte delas

  • reação: quando não acontece algo que por ele não estava previsto ou quando por alguma razão não cosneguiu controlar alguma coisa.

Histórico


Joe era filho único, criado numa família disfuncional em Portugal. Por um lado, o pai exibia comportamentos abusivos em relação à mãe, enquanto, por outro lado, a mãe frequentemente o deixava em lugares públicos para se encontrar com outros homens, pedindo a Joe que guardasse segredo. Ele era torturado pelo pai para confessar a infidelidade da mãe.

Em um momento de intensa discussão motivada pela deslealdade da mulher, Joe, com apenas nove anos de idade, tomou uma atitude extrema para proteger sua mãe. Ao usar uma arma de fogo guardada no armário onde se escondia cometeu seu primeiro assassinato, atingindo o pai.

Inicialmente, a mãe encarou-o com desaprovação, mas essa expressão logo se suavizou. Acaba por afirmar que Joe é um bom miúdo e que nunca magoaria ninguém. A dor da separação manifesta-se mais tarde, quando a mãe o decidide entregar a um orfanato, alegando que estar com ela não era o melhor para ele.


Aos quinze anos, Joe encontrou apoio no Sr. Mooney (Mark Blum), um guarda soviético aposentado que, na época, era proprietário de uma livraria onde Joe começou a trabalhar. Mooney cuidou dele e transmitiu-lhe muitos dos conhecimentos que possui, como a arte de restaurar e conservar livros, além de gerir a livraria. No entanto, ao mesmo tempo, Mooney era abusivo e agressivo com Joe. Chegava ao ponto de o trancar numa jaula de vidro, uma imagem que mais tarde se projetou no imaginário de Joe como uma forma de controlar as suas vítimas, moldando-as conforme os seus desejos.


Efetivamente, estes são eventos passados que evidenciam o seu sofrimento e traumas, sendo estes os catalisadores do comportamento obsessivo e controlador. Esse comportamento manifesta-se no desespero, cuidadosamente controlado, por um amor que o aceite como ele é, permitindo-lhe manipular ou, como ele diz, proteger cada faceta de sua vida.


Evidências


  1. Até onde se sabe, a primeira vítima de Joe, foi Candace Stone (Ambyr Childers), uma musicista que desapareceu sem deixar rastos. Embora não haja muitos detalhes sobre a natureza desta relação, é fácil deduzir que Joe a perseguiu através das redes sociais e controlou os seus dispositivos. Sabe-se que Candace traiu Joe com um produtor musical e, posteriormente, após ser descoberta, terminou o relacionamento, afirmando que nunca o amou. Na tentativa de restaurar o que havia perdido, Joe sequestrou Candace e levou-a para um local remoto, onde tentou convencê-la a continuar o relacionamento. Quando Candace tenta fugir, Joe apanha-a, de forma violenta e empurra-a para o chão, deixando-a inconsciente. Acreditando tê-la matado,enterra-a viva e cria uma narrativa para encobrir os seus atos.

  2. Não muito tempo depois, Guinevere Beck (Elizabeth Lail), escritora, entra na livraria de Joe e capta a sua atenção. O sentimento de interesse é recíproco, mas o de Joe é mais sombrio. Aproveitando vários acontecimentos, Joe consegue ter acesso ao telemóvel, ao computador, à rotina e às pessoas com quem Beck convive. A partir disso, molda o seu novo perfil: amante de livros e romântico à moda antiga.

  3. Joe abandonou tudo em Nova Iorque para recomeçar, prometendo a si mesmo que, desta vez, não se apaixonaria e não se entregaria a obsessões. No entanto, ao conhecer Love Quinn (Victoria Pedretti), gerente de produção, independente, habilidosa cozinheira e viúva, Joe acaba por se apaixonar e decide construir uma relação com ela. Joe realmente tentou ser melhor: evitou fantasias sobre Love, não a perseguia constantemente nem tinha acesso aos seus meios de comunicação. Além disso, não matou o irmão dela quando sentiu vontade, porque sabia que ele significava muito para Love – o que pode ser visto como uma demonstração de empatia.

  4. Joe apresenta ainda variadas outras evidencias de que desenvolve uma grave perturbação mental. Para além destas três vítimas há ainda muitas mais.



Conclusão


Algumas pesquisas de nomes como Pamela Rutlege, Kelly Scott, National Institutes of Health (parte do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA) e Ramani Durvasula indicam que Joe talvez não sofra realmente de psicopatia, visto que é um termo muito usado para descrever, em geral, uma pessoa cujo comportamento vai contra as normas convencionais do certo e errado.

É apontado que Joe apresenta características de transtorno de personalidade narcisista, distúrbio de apego relacionado a traumas de infância ou transtorno de personalidade antissocial.

No entanto, de qualquer forma, considerando que Joe Goldberg é um personagem construído para a ficção, não é possível diagnosticá-lo precisamente.

Ele apresenta, sim, características de psicopatia, tanto nos traumas do passado quanto nas ações decorrentes no presente. Da mesma forma, é possível observar elementos obsessivo-compulsivos e narcisistas (no carisma ao resolver problemas e convencer o telespectador), no apego ao amor que não teve na infância e na empatia mostrada em algumas cenas.



 
 
 

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